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Campo Grande

há 1 mês

Campo-grandense relembra viagem para ver Francisco: 'fiz empréstimo, mas fui ver o papa' (vídeo)

Jucli Stefanello enfrentou dívidas, cruzou o oceano, mas viveu a realização de um sonho: receber a bênção do Papa Francisco, no Vaticano, ao lado das filhas

Em meio ao luto mundial pela morte do Papa Francisco, uma história em Campo Grande demonstra quão querido era o líder religioso pelos fiéis. Em Campo Grande, a advogada e escritora Jucli Stefanello, de 67 anos, lembra das duas vezes em que esteve frente a frente com o pontífice. A mais recente, em 2023, foi um verdadeiro esforço de fé.

"Eu ainda estou pagando o meu consignado até hoje, mas eu fui ver o Papa, graças a Deus. Valeu a pena", conta Jucli, aos risos. Em 2019, ela já havia feito uma primeira viagem a Roma com o marido. Mas a promessa feita naquele ano se concretizaria apenas quatro anos depois: levar as filhas, hoje com 44 e 39 anos, para conhecer o Vaticano e viver a mesma emoção.

"Eu queria levar minhas filhas para Roma. Eu fui em 2019 com o marido, e falei: ‘Eu vou trazer as meninas, elas têm que conhecer’. Era para ter voltado depois de 2022, mas aí veio a pandemia. Então me organizei e nós fomos em 2023", explica.

No entanto, para realizar o sonho, Jucli precisou fazer escolhas difícei. Sem dinheiro, ela conta que realizou um emprésimos e, assim, conseguiu concretizar a viagem. "Então o empréstimo é um dos esforços que eu fiz. Meu marido disse que iria gastar, mas eu falei: ‘Se eu não tiver dinheiro, vendo o carro, mas eu vou levar as meninas para ver o Papa’. Mas não precisou vender o carro, eu consegui fazer o empréstimo", conta, aos risos.  

A viagem teve múltiplos significados: reencontro com as origens da família (os Stefanello vieram do Vêneto, no norte da Itália), busca de material para seu livro "Herança de Força", lançado em outubro de 2024, e a principal missão: ver o Papa novamente, mesmo diante das preocupações com a saúde do pontífice.

"A gente estava muito preocupada na época, em 2023, que a gente não conseguisse alcançar o Papa, porque ele já tava demonstrando fragilidade na saúde dele. Mas a gente rezou muito e foi. No fim, deu certo", recorda.

Jucli lembra que em 2019 o Papa ainda descia do papamóvel, tocava os fiéis, abençoava crianças. Já em 2023, ele não desceu. "Ele já estava com aquele problema no quadril, estava debilitado. A gente ficou com medo de não conseguir vê-lo, mas conseguimos", diz.

A audiência papal aconteceu no dia 27 de setembro de 2023, uma quarta-feira, na Praça de São Pedro. A cerimônia, segundo ela, foi um momento único. "Foi muito lindo. Nossa, só não colocamos a mão no Papa porque não podia, mas se a gente estendesse a mão, a gente ficou juntinho dele".

Jucli conta que alugou um apartamento a apenas dez minutos a pé da Praça de São Pedro. Todos os dias, durante os quatro dias que aram em Roma, ela e as filhas iam ao Vaticano. "Eu fui com uma malinha de bordo, minhas duas filhas, cada uma com uma malinha de bordo, as roupinhas contadas, mas a roupa do dia do Papa era especial. Uma roupa só para isso", relembra, sorrindo.

Sobre a morte do Papa Francisco, Jucli ainda fala com voz embargada. "A partida dele nos tocou muito. Para a humanidade em geral, ele foi um Papa que valorizou todos. Não importa quem: todos são filhos e filhas de Deus. Ele agregou todos, inclusive os evangélicos e os ateus adoravam esse Papa. Para mim, esse é o Papa da história. Espero que venha outro igual, que a gente possa dividir essa devoção", diz.  

"Ele era um Papa do povo. Eu acho ele maravilhoso. Pra mim, ele não morreu. Ele foi uma inspiração de vida, uma pessoa que nos ensinou que vale a pena se importar com o próximo, que vale a pena não ser mercenário", afirma Jucli, com emoção.  

Herança de Força

Jucli conta que também aproveitou a ida à Itália para reunir material para seu livro "Herança de Força – O legado inspirador de uma mulher resiliente". A obra, com 306 páginas e fotos de família, conta sua história e de toda a família, de origem italiana.

O livro nasceu durante a pandemia. Jucli trabalha em um hospital e viu de perto os desafios enfrentados pela Covid-19. "Eu falei: ‘Temos que registrar isso, porque no futuro alguém pode negar o que aconteceu’. Quando pesquisei sobre a gripe espanhola de 1918, vi que minha família quase não falou nada sobre aquilo. Então, achei que tinha a obrigação de deixar registrado tudo o que vivemos". explica. 

O apoio para transformar a ideia em um livro mais amplo veio do professor Ironildo Barbosa, conhecido em Campo Grande. "Ele falou: ‘Jucli, escreve a sua história. Eu conheço a sua história, é muito bonita’".  

A obra então saiu, e Jucli conta que tentou ao  máximo valorizar a história das mulheres de sua família. "Na cidade onde nasci, no RS, meu pai tem rua, meus tios têm. Mas as mulheres sempre ficam no anonimato. Eu fui lá chamar atenção e lancei o livro".

O livro foi lançado em Campo Grande e toda a renda das vendas foi doada para instituições. "Aqui em Campo Grande, doei para uma instituição dos renais crônicos, porque a minha família tem essa doença — cheguei a doar um rim. Tenho três irmãos transplantados. Em Brasilândia, onde morei por 20 anos, doei para a Associação dos Voluntários do Combate ao Câncer, porque perdi meu pai com câncer de pulmão. E no Rio Grande do Sul, onde nasci, doei para a APAE, que foi uma entidade que minha mãe ajudou a criar".

O livro Herança de Força – A Jornada Inspiradora de uma Mulher Resiliente pode ser adquirido neste link.

 

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