Quando Janaina Cabral fez, aos prantos, uma oração sincera em sua sala pedindo a Deus um marido “de verdade”, ela não imaginava que sua resposta viria em forma de missão e, mais tarde, de amor. Esta é uma história de sentimento, fé e confiança, que o Algo Mais, do TopMídiaNews, conta para você. 

Tudo começou em 2019, quando Paulo César apareceu pela primeira vez em uma igreja onde Janaina congregava. Na época, ela estava em outro relacionamento e não dava atenção aos comentários das amigas que sugeriam que ele poderia ser um bom pretendente. “Eu dizia que não, porque estava comprometida”, relembra. Porém, o relacionamento que vivia terminou de maneira dolorosa, com decepções e o fim de uma gestação.

Enquanto Janaina enfrentava sua dor, Paulo também buscava um caminho, tendo tentado, sem sucesso, dois relacionamentos na mesma comunidade. Foi em meio a essa fase de incertezas que os dois se uniram, mas não por romance, e sim por justiça.

Uma denúncia contra a pastora da igreja, que dava conta de que ela estaria roubando fiéis. "Essa pastora estava roubando os membros, em que sentido? Em propósito, falava que Deus tinha falado que aquele membro tinha que fazer um propósito de R$ 7 mil reais aquele dia, e que o dinheiro ia ficar lá no monte em consagração, para ser consagrado e devolver. Só que ela não devolvia", conta Janaína. 

Inicialmente, houve o receio de que alguns irmãos, revoltados com a situação, pudessem fazer algo contra a pastora, além da preocupação com fornecer ajuda espiritual e psicológica àquela mulher. 

Nisso, foi reunido um pequeno grupo de membros, entre eles Janaína e Paulo, para orar e buscar respostas. “Ele, com toda sua experiência, e eu, com a intuição e coragem de mulher. Quando uma mulher quer descobrir algo, ela descobre”, brinca Janaína.

A missão os aproximou. Com os outros fiéis, começaram a orar, jejuar e investigar. Dentro de um grupo de WhatsApp, entre mensagens com corações e convites para um café, a amizade foi ganhando espaço para algo mais, embora Janaina relute em itir: “Eu dizia que não tinha nada. E realmente, não tinha. Eu estava ferida ainda.”

Com a prisão da pastora em outra cidade, que acabou estampando manchetes em jornais locais de Campo Grande, a missão de justiça chegou ao fim, e foi aí que a virada veio: Janaina e Paulo começaram a conversar sobre suas vidas e perspectivas. Viúva e mãe de dois filhos, ela deixou claro que não buscava namoro ou noivado: queria um casamento sério e com propósito. 

Durante as conversas, descobriram afinidades profundas em suas histórias de vida. Ele, criado com rigidez e valores familiares; ela, mais independente e mrcada por experiências difíceis.

Com a verdade restabelecida, o espaço para sentimentos começou a surgir. “Fomos conversar sobre relacionamento, mas eu deixei claro que, para mim, não tinha essa de namoro longo. Eu já sou viúva, tenho filhos. Ou era pra casar, ou não era.” Paulo não se assustou. Pelo contrário, topou a parada. 

Ainda, em um dos diálogos, Janaina explicou que não tinha o perfil de “dona de casa tradicional”, ao que o pretendente respondeu com sensibilidade: “Não estou procurando uma empregada, estou procurando uma esposa, uma companheira”. 

A conexão cresceu naturalmente, e o relacionamento ganhou forma. O pedido de namoro veio, com a promessa de manter os princípios que ambos prezavam: sem beijos, sem carícias, e sem intimidade até o casamento. E assim, com respeito mútuo e fé, nasceu uma nova história de amor.

E foi isso que construíram: uma relação fundamentada em fé, oração e propósito. aram a orar juntos em horários específicos do dia e buscavam confirmações divinas. Em um desses momentos, Janaina pediu um sinal silencioso durante um culto. “Ele estava ao meu lado, abriu a Bíblia, e o Senhor falou comigo: ‘És um homem de altar’”. Mais tarde, Paulo contou que, naquele mesmo instante, ele também orava em busca de confirmação, e abriu a Bíblia em um versículo que mencionava “esposa”.

Casaram-se no dia 23 de setembro de 2019. Janaina, com dois filhos do primeiro casamento - Rhuan Adrian e Rhyan Cauê - viu Paulo acolher os meninos como seus. Mais tarde, veio o pequeno Davi Cabral Coelho, fruto da nova união. “Hoje somos uma família. E ninguém acredita que os meninos não são filhos biológicos dele, de tão parecidos que são, até no jeito de pensar!”, conta Janaína, entre risos.

Ao celebrar o relacionamento neste Dia dos Namorados, Janaína e Paulo César reafirmam que o amor é, acima de tudo, uma construção diária. “Ele sempre disse que a gente não ama para casar, a gente casa para amar. E é isso mesmo. Quando colocamos Deus como base, o relacionamento floresce.”

Uma história que começou com orações, denúncias e investigações, e terminou em altar, lar e propósito, pode ser algo inspirador para outros casais e, ainda, para quem está perdendo ou já perdeu a fé no amor.