Uma mãe viu a filha, de apenas 5 meses, ficar horas com fome para tentar realizar um exame médico e ser avisada, apenas tempos depois do horário marcado, que o Hospital São Julião não atendia crianças menores de 2 anos de idade. Revoltada com a situação, ela procurou o TopMídiaNews para denunciar a situação, que ela tratou como ‘descaso’.
Para a reportagem, a moradora de Bonito contou que a filha tem um caso raríssimo de glaucoma congênito nos dois olhos e Síndrome de Down. Após realizar diversos tratamentos em uma rede particular da cidade, a família não conseguiu mais arcar com os custos e procurou atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Diante da situação, por ter poucos médicos atuando na área que cuidem do caso da bebê, ela detalhou que pensou ter ‘tirado a sorte grande’, pois o médico que atenderia a criança no hospital é o mesmo que a acompanha.
“Ela precisava ser sedada para realizar o procedimento, porque é um bebê, ainda não consegue ficar com os olhos abertos para fazer o exame. O médico pediu para deixar a pequena em jejum por 8h, porém, dei a última mamadeira para ela às 7h de ontem, já que o exame estava marcado para as 13h”, detalha.
Já era mais de 14h, quando a mãezinha foi informada que o hospital não iria realizar o exame, uma vez que ‘não tinha estrutura para tal’. Mesmo esperando na unidade, ela precisou ligar para o médico para conseguir o mínimo de informações a respeito. “Ele disse que o hospital não estava autorizando, porque não tem estrutura e mandou eu dar mama para ela. Mas eles não poderiam ver isso a hora que chegamos? Eles pegaram meus documentos, os documentos da minha filha, um absurdo tudo isso”, explicou.
Agora, a genitora da bebê não sabe como o tratamento da filha será continuado, já que o hospital que deveria ser referencia não tem e para atender a criança. “Sei que é um caso raríssimo, ela tem apenas 5 meses. Agora não sei o que vai acontecer, ela pode perder 100% da visão caso não faça o acompanhamento e a gente não consegue mais pagar”, disse.
Cada exame, que a pequena precisa fazer, custa mais de R$ 2 mil. Além disso, ela já foi submetida a uma cirurgia que custou mais de R$ 19 mil, o que acaba pesando no bolso da família, que agora espera uma resposta da Secretária de Saúde sobre os próximos os.
Por meio de nota, o São Julião detalhou que a recusa a respeito do procedimento não foi uma recusa do hospital, mas uma recusa técnica médica, baseada nos protocolos assistenciais e de segurança do paciente.
“Ante ao caso, levamos para análise e deliberação da equipe de anestesia e eles não aceitaram executar, pois o hospital não possui estrutura física e equipamentos para atendimento de bebês e principalmente em caso de intercorrência, e, além disso, não possui pediatra para o assistir se fosse necessário”, diz o texto.
O hospital recomendou ainda a Santa Casa como um local para a execução do procedimento, uma vez que é terciário, com retaguarda, contratualizado para atender os casos de urgência de oftalmologia.