Tomado pela comoção e por gritos de desespero, o velório de Hérike Romero Cerqueira, de 21 anos, foi marcado por uma forte crise emocional da mãe do jovem na manhã desta sexta-feira (6), em Campo Grande. Ela chegou a dizer que não podia acreditar no que estava acontecendo. "Não é verdade, não pode ser verdade!", repetia, em prantos, sendo amparada por familiares.

Hérike morreu na manhã desta quinta-feira (5), após bater a moto que conduzia na lateral de um carro, enquanto seguia para o trabalho na Avenida Wilson Paes de Barros, no bairro Nova Campo Grande. Ele era militar do 9º Batalhão da Polícia do Exército e servia desde os 18 anos. Foram três anos de serviço militar.

Muito abalados, amigos e familiares lotaram o velório. Do lado de fora, conhecidos relatavam que ainda havia muita gente a caminho. "Ele era muito querido", disseram várias pessoas próximas, entre elas a sogra e uma amiga da família.

Para os parentes, a forma como Hérike agiu nos últimos dias tem causado ainda mais dor. "Foi como se ele estivesse se despedindo", comentou uma parente. Nos dias anteriores ao acidente, ele teria falado várias vezes que queria vender a moto para casar com a namorada.

"Disse que aquela moto era a ruína dele", contou a sogra. Ainda segundo a sogra, Hérike e a filha já estavam morando juntos e planejavam oficializar a união. O valor da venda da moto seria utilizada para o casamento.

Além disso, ele teria ado os últimos dias visitando os avós, ficando mais tempo com a mãe e com os irmãos. "Ele cuidava de todo mundo. Cuidava da mãe, dos irmãos, era muito bonzinho, muito querido. Um filho exemplar, trabalhador, o melhor dos quatro irmãos", descreveu uma familiar.

Segundo o apurado no local do acidente, Hérike seguia pela avenida no mesmo sentido que um carro à frente e tentou ultraá-lo pela esquerda, no momento em que o motorista realizava uma conversão à esquerda para entrar na Rua 4. A batida foi violenta e, mesmo com o rápido atendimento do Corpo de Bombeiros, o jovem não resistiu e morreu no local.

Bastante abalados, os familiares e amigos mais próximos destacaram quanto Hérike era querio e amado. "Ele era trabalhador, atencioso com todo mundo, cuidava da sogra, da mãe, dos amigos. Ele era o alicerce da família", disse uma amiga.