Vereador Diogo Frizzo (PL) ficou revoltado ao ter um projeto de lei vetado pelo poder Executivo de Maracaju. Ele queria empurrar uma legislação inconstitucional, que versava sobre leitura da Bíblia em eventos da prefeitura e nas escolas.
As falas do parlamentar foram interpretadas por alguns como fanatismo religioso e tentativa de impor a fé a terceiros. O projeto 003/2025 – sobre a leitura do Evangelho fere a Constituição, simplesmente pelo fato do Estado ser laico.
O PL foi aprovado na Casa de Leis de Maracaju, mas acabou vetado pelo prefeito Marcos Calderan (PSDB) por questões óbvias. Em seguida, os vereadores mantiveram o veto, gerando revolta do autor da proposta de lei.
''A leitura da Bíblia não impõe uma religião, apenas expressa o valor dos princípios'', se defende Diogo. Ele se apoia no argumento que o Estado pode ser laico, mas o cidadão não é.
Em postagem no Instagram, o parlamentar seguiu culpando terceiros pelo veto, mas acabou tomando invertida. Um internauta foi bastante didático ao explicar a reprovação da lei.
''O Brasil é constitucionalmente um Estado laico. Isso significa que o governo não deve favorecer nenhuma religião em detrimento de outras, nem impor práticas religiosas em espaços públicos'', comentou um rapaz.
Em seguida, o comentarista seguiu com a ''aula'' ao legislador.
''Pois [a lei] privilegia uma religião específica (o cristianismo) em um país onde coexistem diversas crenças, como o espiritismo, religiões de matriz africana, e até o direito de não ter religião.
O projeto de lei apresentado por Frizzo não especifica qual tipo de bíblia a ser lida. Ele ignorou o fato que outras crenças tem suas escrituras sagradas, como a Torá, no caso dos judeus; o Alcorão para os muçulmanos; os Vedas para o hinduísmo e o Livro de Mórmon para os mórmons.
Há ainda o fato da Bíblia Sagrada, no caso do cristianismo, ter versões distintas para cristãos evangélicos e católicos.
O espaço está aberto para manifestação do vereador, que já adiantou que deve propor legislações semelhantes.