Prestes a completar quatro meses da morte do pequeno Antony Miguel Rodrigues Silva, de apenas 1 mês e 22 dias, em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande, a mãe Tailinny Izabel Rodrigues, 18 anos, ainda espera respostas sobre a causa da morte que ainda consta como morte a esclarecer na certidão de óbito.
Desde que o filho se foi, a dor, o desespero e a falta de consolo atormentam a jovem que aponta erro médico e pede uma explicação sobre o caso do filho.
O TopMídiaNews acompanhou a morte do bebê em janeiro deste ano. Os meses aram e com ele a ansiedade, as crises e até a vontade de desistir já assombraram Tailinny que só não tentou contra a própria vida porque ainda tem uma filha pequena a cuidar.
"Entreguei meu filho vivo e me devolveram morto", relembra a mãe, com a voz embargada. Antony havia sido levado à UPA do Coronel Antonino com um quadro de febre leve. Segundo ela, o bebê estava estável e apenas febril e o devolveram morto.
O que era para ser uma simples observação médica virou o pesadelo da família após a aplicação de uma medicação intravenosa.
Conforme detalhes da mãe, o coração do bebê disparou para 300 batimentos por minuto. Ela foi retirada da sala e só clamava pela vida do filho. "Pedi a Deus que não levasse meu filho. Eu gritava, implorava. Me tiraram de lá, e depois me chamaram para a 'sala especial'. Ali, me avisaram que ele tinha morrido. Me tiraram o meu filho, o meu sonho", desabafa.
Segundo ela, quem aplicou a medicação foi uma residente e não um médico experiente. "Ele estava bem, não tinha problema cardíaco, não tinha nada. Eu tenho fotos, vídeos, provas, mas ninguém fala nada. Só quero saber o que aplicaram no meu filho. Só isso. Eu não quero dinheiro, quero justiça", pede.
Segredo de justiça
Desde a morte de Antony, uma advogada da família acompanha o caso para esclarecer do que o bebê morreu. A família alega que documentos entregues pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) estavam incompletos e que até agora a investigação caminha em segredo de justiça, sem qualquer atualização concreta.
"Meu filho ficou andando no carro da Pax de uma delegacia para outra. Nem isso respeitaram. E agora... quatro meses e nenhuma resposta. Eu não tenho mais paz. Se não fosse minha filha mais velha, eu teria ido junto com ele. Só peço que ninguém mais e por isso. Que nenhuma mãe precise sentir essa dor. Que paguem pela negligência", diz.
Relembre o caso
Antony tinha 1 mês e 22 dias quando morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, no sexta-feira, 24 de janeiro, em Campo Grande.
A mãe do bebê compartilhou nas redes sociais um vídeo do filho antes dele ir à UPA e uma foto de quando devolveram o bebê já quase morto a ela.
"Meu filho deu entrada 9h, saudável e estável, apenas com febre. Depois da medicação intravenosa, Antony começou a convulsionar, e teve sua primeira parada cardíaca", lembra.
A mãe foi retirada do quarto e, sem entender o que estava acontecendo, recebeu o filho roxo, com a boca dura.
Em resposta ao caso, a secretária municipal de saúde, Rosana Leite, informou na época que a Sesau abriu sindicância sobre o caso do bebê e que, junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina), e estava apurando a situação para dar retorno à família.
O TopMídiaNews questionou novamente a secretaria sobre o caso da família e aguarda atualizações da Sesau sobre o andamento das investigações.