Há mais de uma década convivendo com feridas abertas causadas por úlcera varicosa, Maria Gina Silva, de 54 anos, enfrenta agora uma nova batalha, a falta de insumos básicos para cuidar das lesões na rede pública de saúde, em Campo Grande. Após quase nove meses de tratamento particular com óleo de ozônio, único método que apresentou melhora significativa no quadro, ela precisou interromper as sessões por não ter mais condições financeiras de arcar com os custos.
Cada aplicação do óleo de ozônio custava em torno de R$ 100, e mesmo após a ajuda de uma vaquinha online, o dinheiro arrecadado só foi suficiente para alguns meses de tratamento. Nesse período, uma das feridas, localizada no pé, chegou a fechar completamente. No entanto, a úlcera na perna continua aberta e exige cuidados contínuos.
"Quando acabou o dinheiro, tive que voltar para o SUS. É demorado, mas é o que a gente tem", lamenta Maria.
Atualmente a dona de casa realiza curativos na USF (Unidade de Saúde da Família) Jardim Paradiso e também em casa. Porém, há pelo menos três meses, ela não tem encontrado materiais básicos como faixas e pomadas na unidade, o que dificulta ainda mais o tratamento.
"Eu uso uma pomada chamada papaína colagenase. Ela não seca a ferida, mas impede que piore. Só que cada uma custa entre R$ 70 e R$ 90. Faixa também está em falta, então tenho que comprar. É um gasto que eu não consigo manter", conta a aposentada, que vive com a filha, a irmã, dois sobrinhos e o filho, que trabalha viajando.
Mesmo aposentada, Maria recebe pouco devido a empréstimos consignados e precisa dividir o valor entre remédios, alimentação e outras despesas da casa.
Sem outra alternativa, ela tem feito os curativos com o que consegue comprar por conta própria, como soro fisiológico, gaze, pomada e analgésicos para ar a dor.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para saber o motivo da falta de insumos como faixas e pomadas nos postos de saúde e aguarda retorno.
A família mantém ativa a vaquinha online para arrecadar fundos e tentar retomar o tratamento com óleo de ozônio ou, ao menos, garantir os materiais necessários para manter a ferida limpa e evitar agravamentos. Quem quiser ajudar, pode doar pelo link da vaquinha.